
Foto: Divulgação/Ministério da Fazenda
R$ 70 bilhões em Precatórios
O governo confirmou: o Tesouro Nacional vai pagar R$ 70 bilhões em precatórios em julho de 2025. O anúncio foi feito nesta terça-feira (29) pelo secretário do Tesouro, Rogério Ceron, e alivia milhares de credores da União que aguardam a liberação dos valores.
A decisão, no entanto, não foi só financeira, foi também estratégica
O adiamento dos pagamentos, que tradicionalmente começam no primeiro trimestre, teve como objetivo conter a inflação e ajudar o Banco Central a manter o controle da política monetária.
“A decisão foi deliberada”, afirmou Ceron. “Queríamos evitar pressão inflacionária no início do ano.”
Como será feito o pagamento dos R$ 70 bilhões em Precatórios
O valor será dividido em duas fatias:
- R$ 44 bilhões serão pagos fora da meta fiscal, com respaldo de uma decisão do STF válida até 2026;
- R$ 26 bilhões entrarão no cálculo do resultado primário, ou seja, vão pesar diretamente nas contas públicas deste ano.
O Conselho da Justiça Federal (CJF) já começou a enviar os valores aos tribunais, e a previsão é que a liberação para os beneficiários ocorra a partir de julho, conforme o cronograma de cada TRF.
Os dados ainda estão sendo consolidados pela AGU e pelo Judiciário.
Governo segurou os precatórios no 1º trimestre
Em 2024, R$31 bilhões em precatórios já haviam sido pagos até março.
Em 2025? Apenas R$872 milhões. A queda de 97,3% foi uma jogada do governo para fechar o primeiro trimestre com superávit de R$54,5 bilhões, mais que o dobro do mesmo período do ano passado.
2027: o fim da “folga” fiscal
O problema é que essa manobra tem prazo de validade. A decisão do STF que permite deixar parte dos precatórios fora da meta expira em 2026. A partir de 2027, tudo volta para dentro do orçamento.
Segundo o PLDO (Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias), só em 2026 o governo deve R$79,3 bilhões em precatórios. Desse total, R$55 bilhões estão fora da meta. E em 2027, não haverá mais essa margem.
“A discussão precisa ser enfrentada com urgência. Idealmente, até o meio de 2026”, alertou Ceron.
Sem uma solução, o risco é de colapso fiscal, com impacto direto sobre serviços públicos, investimentos e assim os programas sociais.
Fontes: Metrópoles, Infomoney, CNN
Fique sempre informado com rpv.com.br